Quando entra ano, sai ano, e é tudo a mesma coisa (?)


Normalmente eu tenho uma visão bem realista da vida. Não sou aquele tipo de realista/pessimista que coloca um grupo de amigos para baixo ,quero eu acreditar que não, mas também, admito que a vida não é um mar de rosas. Não sou fã de todas as tradições de virada de ano como pular sete ondas, usar branco, beber champanhe, 5,4,3,2,1,0, comer caroços de uva... Embora, admito, o passado me condena. Não acredito em um ano novo, corte de cabelo novo, vida nova. 365 páginas em branco para reescrever, começar aquela dieta, dar andamento àquele projeto.


Eu acredito apenas em envelhecer. E quando falo em ficar mais velho, falo em amadurecer. Em aceitar as coisas boas e ruins da vida. Conformismo, jamais. Compreensão, sim. Perceber que  mais um ano passou e aquele sentimento que antes me angustiava, agora me impulsiona, me coloca pra frente. Perceber que eu sou capaz de caminhar por mim mesma, cada vez mais. Sou capaz de quebrar regras e passar por cima da opinião de outras pessoas para fazer prevalecer o minha decisão sobre minha vida. Foi o ano em que terminei o meu curso de cinema, para o qual parei de fazer faculdade; voltei para a faculdade e fiz novos amigos; escrevi seis meios roteiros para meu curta de conclusão, e descobri que tenho um sério problema de identidade; terminei meu curso de continuísta; descobri que amo séries de tv ( doa a quem doer); me livrei do alisamento, cortei o mal pela raiz, literalmente; descobri que minha timidez me incomoda mais do que eu imaginava; descobri que existe uma bolsa de estudos integral para fazer mestrado em cinema nos Estados Unidos ,e descobri que tenho esperanças quanto a isso, até que elas acabem, claro.


Para o futuro, já começo o ano de 2015 procurando estágio para juntar dinheiro para fazer meu curta. Já tenho um planejamento de campanha inteiro para fazer até 09 de janeiro como pré seleção para um estágio em uma agência de publicidade , cof cof não sei nem qual é a pretensão salarial (poker face).
Obejtivo do ano? Esse acima: make money to make a movie. Questão de honra, escrever meu roteiro e filma-lo.


Ah e ,claro, fiz este blog e aqui, caso te interesse, podemos dividir um pedacinho de nossas vidas de 2015 e ,espero, muitos outros anos!



See you soon!

O Abutre e a atuação sublime de Jake Gyllenhaal


Véspera da véspera de ano novo, e O Abutre ( Nightcrwaler) foi, possivelmente, o ultimo filme de 2014 que assisti nos cinemas. Fechei com chave de ouro.


Jake Gyllenhaal vive Lou Bloom ( um nome que você não vai esquecer), um homem desesperado por trabalho que vê uma oportunidade em trabalhar com jornalista em casos de crimes severos. Essa é a premissa da historia, a sinopse que você vai ler no IMDB. A verdade, é que Dan Gilroy conduz de maneira intimista o espectador para dentro da vida desse homem inescrupuloso em seu primeiro filme como diretor.

Não vou fazer uma resenha muito longa por falta de necessidade, o filme falará por si mesmo. Mas, a verdade, é que Lou me fez refletir sobre duas coisas. Ele é um homem admirável e invejável. Admirável por ser obstinado, alguém que não se deixou abalar pelas dificuldades da vida e que, como ele mesmo diz, não há nada hoje em dia que você não possa aprender, caso se esforce ao máximo. Ele seria , de fato, um exemplo de persistência caso não usasse tanta inteligencia para explorar a vida alheia, nos momentos mais  vulneráveis de um ser humano, em troca de dinheiro e poder. Especialmente, poder.

A segunda questão, foi sobre o sistema de meritocracia que vivemos hoje em dia. Honra ao mérito Quem alcançou um objetivo depois de muito esforço, foi por total merecimento. O que foi feito para se chegar ao topo? Alguns ficaram na base da cadeia alimentar para outra pudesse escalar até o topo. Os fins justificam os meios? O impressionante é que o filme expõe como nosso sistema  ,e os próprios seres humanos com sua sedenta curiosidade e ganancia, legitimam a ascensão de social de certos tipos de profissionais que vivem de transformar a desgraça de uns em historinhas senscaionalistas para preencher conversa furada de outros.


Outro ponto o qual não poderia deixar de falar e gostaria de encerrar. Todos falaram sobre o quanto Matthew McConaughey emagreceu para Clube De Compras Dallas. Espero que passem a falar sobre os olhos de Gyllenhaal. Como abriu o The New Yorker " The scariest thing about the new Jake Gyllenhaal film, “Nightcrawler,” is Jake Gyllenhaal. Or, to be precise, Jake Gyllenhaal’s eyes. " (A coisa mais assustadora sobre o novo filme de Jake Gyllenhaal, Nightcrawler, é Jake Gyllenhaal. Ou, para ser mais preciso, os olhos de Jake Gyllenhaal).

O vicio e Damien Rice


My Favorite Faded Fantasy.Ultimo CD do Damien Rice. O melhor de todos. Também meu vicio. Isso me faz parar para pensar no que os artistas afirmam sobre o estado de melancolia ser aquele mais propicio para o desenvolvimento de suas respectivas artes. Sejam atores, cantores, cineastas, artistas plásticos, dizem que não há nada menos inspirador que a felicidade e plenitude, A arte acontece exatamente para expurgar a dor que não se sabe colocar e da boca para fora e, mesmo que soubesse, não seria o suficiente.

Provavelmente estou atrasada na minha analise, mas a pungência dessas musicas são as mesmas de um coração partido. Em 2007, Damien cortou relações profissionais e amorosas com Lisa Hannigan, a cantora completou com sua voz o hit Blowers Daughter , se desligou da banda depois de uma suposta briga entre os membros da mesma, ela e Damien. Em entrevista para a Hot Press

"I would give away all of the music success, all the songs, and the whole experience to still have Lisa in my life."
( "Eu abriria mão de todo sucesso das musicas, de todas as cancões e de toda a experiencia para ainda ter Lisa em minha vida").

Mommy, Xavier Dolan e Lana Del Rey









Esse é um post do meu antigo blog que tenho que excluir. Resolvi copiar e colar aqui porque Mommy está nos cinemas nesse exato momento e, apesar de ter sido ignorado pelo Oscar, to de olho , é um filme incrível e que vale muito a pena 
"Assisti ontem ao novo filme do canadense Xavier Dolan que, para grande abalo na minha auto estima, descobri ser apenas quatro anos mais velho que eu, ejá é um dos diretores mais notáveis e diferenciados que se pode observar atualmente. Há tempos não terminava de ver um filme mordendo o lábio inferior. É daqueles que sua cabeça assume a função de aparelho digestivo e , quando você se dá conta, aparece a logo da Dolby Digital na tela. 
O que mais me impressiona nesse tipo de filme é a simplicidade do seu princípio: uma mãe viúva cria seu filho hiperativo e violento sozinha até que uma misteriosa vizinha aparece em sua vida. O desenvolvimento do roteiro também é da ordem do minimalismo. Sem grandes eventos, apenas sustentados por grandes personagens, multidimensionais (como gosta de denominar o mago dos roteiristas Robert Mckee). O extraordinário fica a cargo das interpretações e das felizes escolhas de linguagem feitas pelo diretor. Uma tela 1:1 ( quadrada) e ampliada de acordo com a plenitude dos personagens. 



Não adianta falar mais, não quero estragar. Corra pra os cinema quando for lançado no Brasil novamente (peguei o final do Festival do Rio) mas, caso vá ver em casa, por favor tenha certeza de que seu som vai estar calibrado à altura da trilha sonora e do desenho sonoro desse filme, dois maravilhosos pontos para Mommy. Do mais, fiquemos de olho no Oscar, está concorrendo para ser um dos nomeados na categoria de melhor filme estrangeiro ( para o azar do nosso representante não menos cativante, mas bem menos sofisticado Hoje Quero Voltar Sozinho) e em Xavier Dolan, 24 aninhos e prematuro pai dos maduros Lawrence Anyways, Amores Imaginários e Eu Matei Minha Mãe. Por favor, assistam! Todos eles. Ah, para saber o que a Lana Del Rey está fazendo no título desse post, você precisa ver o filme."



Assista ao trailer:

O Primeiro Post


Sejam bem-vindos ao O Autorretrato. Esse primeiro post é apenas convidativo. Sinta-se a vontade para vir aqui e saber mais sobre mim, sobre cinema, musica, pensamentos aleatórios e atualidades.